Uma enfermeira, uma enfermeira assistencial e um agente comunitário de saúde, que atuam entre si de forma horizontal e colaborativa.
A gestão das condições crônicas pela equipe de Saúde da Família é realizada por meio de uma estratégia que incorpora o modelo de atenção crônica, o modelo de pirâmide de risco e o modelo de determinantes sociais de saúde propostos por Dahlgren e Whitehead.
Quando o Sistema Único de Saúde (SUS) foi instituído pela Constituição Federal em 1988, o Brasil encontrava-se em um estado de grande complexidade do ponto de vista social, econômico e sanitário.
A abertura incondicional ao mercado transnacional, ocorrida nos anos do regime militar e do governo Collor, juntamente com a estagnação econômica e o aumento significativo da dívida externa no mesmo período.
Fazem com que as consequências da globalização
Na década de 1980, de fato, a crise econômica e financeira e o desemprego desenfreado lançaram as bases para a intervenção do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, com seus conhecidos programas de ajuste estrutural.
De fato, o movimento pela democratização do Estado e a luta pela construção dos sistemas de previdência (da qual também se originará o SUS), nascem em um contexto de profunda crise econômica e financeira, em que as políticas neoliberais determinam, para a primeira vez desde a década de 1950, uma inversão da tendência histórica de redução das desigualdades [1].
Do ponto de vista da saúde assiste-se ao aumento da esperança de vida e ao envelhecimento de uma população ainda fortemente marcada pelo impacto das doenças infecciosas, que configuram a presença de uma tripla carga de doenças (infecciosas, crónicas e acidentais) às quais a novo sistema de saúde é chamado a lidar.
- Desde seus primórdios, o SUS foi organizado a partir dos modelos dos sistemas de saúde ocidentais (e em grande medida do sistema de saúde italiano) e, como eles,
- sofre de limitações e contradições, decorrentes principalmente da inconsistência existente entre uma assistência sistema centrado nas condições agudas, e baseado em respostas emergenciais, episódicas e reativas,
- diante das condições de saúde da população cada vez mais marcadas pela crescente carga de doenças crônicas decorrentes da transição epidemiológica ainda em curso.
Daí o que Vilaça Mendes chama de crise do SUS e, de forma mais geral, de crise dos sistemas de saúde contemporâneos, que buscam responder aos problemas de saúde do século XXI, com paradigmas desenvolvidos na virada do século XIX e XX [2] .
No entanto, no Brasil melhor do que em outros lugares
Temos conseguido lidar com a crise dos sistemas de saúde, redirecionando as políticas de saúde em prol de um forte fortalecimento da Atenção Primária à Saúde (APS) e garantindo uma ampliação significativa do direito à saúde, mesmo diante da pobreza ainda endêmica em grandes porções do território.
Para isso, foi necessário, em primeiro lugar, passar de modelos piramidais e hierárquicos, como aqueles em que se baseiam os sistemas hospitalocêntricos e agudos, para sistemas organizados em redes policêntricas e horizontais, e que reconhecem seu fulcro na equipe de saúde da família.